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Julia Ades

. O ENGAJAMENTO NO TRABALHO

Atualizado: 21 de fev.



Essa é uma news especial, porque ela vem acompanhada do lançamento do Engaja S/A: o primeiro Índice de Engajamento Corporativo do Brasil - um estudo idealizado pela Flash, em parceria com a FGV, que contou com uma investigação quantitativa (realizada com 1.732 profissionais) e uma etapa qualitativa, realizada por nós, da APOEMA: fizemos Entrevistas em Profundidade com pessoas que representam diferentes situações e contextos no ambiente corporativo. O resultado? Dois mini documentários lindos sobre o tema (link de acesso no final do texto)


Nós, há tempos, já estávamos nos aprofundando na temática "mundo corporativo", porque esse tópico tem vindo em muitos dos nossos estudos, espontaneamente. Como pontuamos nessa matéria para o PropMark, sobre tendências comportamentais para 2024, uma ressignificação da relação com o trabalho e a busca por maior equilíbrio, principalmente emocional, tem se potencializado - especialmente depois da pandemia.


Bom, é verdade que o trabalho tem um papel que é extremamente relevante na construção da nossa identidade e, por isso mesmo, chama a atenção o dado do Engaja S/A que aponta que apenas 04 em cada 10 colaboradores estão engajados com suas empresas. Realizando o estudo com a Flash, vimos que, de fato, o engajamento é um ponto ainda pouco explorado, mas crucial de ser olhado, analisado e cuidado.

E o que é engajamento? Podemos nos inspirar na fala da Maria José Tonelli que é professora Titular no Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos da FGV e uma de nossas entrevistadas: "Podemos pensar no engajamento através de duas dimensões: a psicomotora, que é o envolvimento da nossa mente, da nossa capacidade de pensar, das nossas preferências e um envolvimento do nosso corpo; e também, a simbólica - que é o valor que ele atribui na nossa vida: o reconhecimento, o salário etc."

Ou seja, o trabalho nos envolve através de diversas esferas e poderia, em um cenário saudável e funcional, representar símbolos extremamente relevantes de engajamento, contentamento, pertencimento e orgulho. Pensa só: não dá ânimo e motivação quando estamos, de fato, engajados com algo? Mas o que vimos durante nossa investigação é que o trabalho tem sido gatilho de muitas angústias e desmotivações e que, sim, muitos dos colaboradores estão realocando o aspecto profissional dentro de suas vidas.


São diversos os pontos que colaboram para esse cenário, mas achamos importante destacar 03 deles (e perceba como um leva ao outro):


01. Culturas tímidas como reflexo e guia do colaborador A cultura dentro de uma empresa é um pilar essencial, que não só personifica o negócio, como é capaz de gerar conexão e identificação com seus colaboradores. Uma cultura que não se faz clara, ou que ilusoriamente se sustenta por incoerências, acaba por promover um processo de desidentificação e desmotivação. Questões como: "afinal, quem sou eu aqui dentro? Será que esse ambiente tem a ver com meus princípios? Quero fazer parte dessa incoerência?" passam a aflorar e, assim, afastar o colaborador.

02. Sistemas enrijecidos como opressores da criatividade Ambientes corporativos homogêneos, que não abrem espaço para que novas formas de pensar e fazer possam ser implementadas acabam por distanciar, e muito, os colaboradores - além de limitar perspectivas e soluções inovadoras. Por exemplo: já parou para pensar que, hoje, há muitas gerações trabalhando na mesma empresa? Todas elas têm aspectos para agregar e demandas comportamentais específicas que, inevitavelmente, impactam na forma como se relacionam com aquele lugar. Assim como a polêmica questão do home office: um dos pontos mais delicados para a geração Z. Enfim, a empresa que se nega a olhar para as bases e compreender as diferentes nuances de quem faz parte daquele universo, pode ter grandes desafios de engajamento.


03. Relações disfuncionais como revelações do distanciamento humano

As relações no ambiente corporativo têm um papel fundamental para conectar e aproximar os colaboradores da empresa - quem não quer se sentir bem com as pessoas que trabalha e, principalmente, sentir que pode contar com aqueles que estão à sua volta? O que vimos é que muitas das relações corporativas baseiam-se em pilares pouco saudáveis, pautados pela desumanização do colaborador: o ser humano que existe por trás do trabalhador fica ofuscado. Nesse sentido, seus contextos pessoais, demandas, dores e angústias são silenciados não apenas pelo foco em produtividade e performance, mas por um distanciamento já estabelecido, sustentado e normalizado da relação entre um ser humano e outro. Com isso, colaboradores sufocados, que não têm respaldo emocional, estão se engajando cada vez menos com aquele ambiente. São dezenas de camadas para serem destrinchadas, até porque a maior parte de quem está engajado é líder - exatamente quem consegue ter mais flexibilidade, autonomia, voz e, claro, acesso a recursos também. Mas e como ficam os outros colaboradores? Como distribuir a humanização para todas as camadas de uma empresa, sem distinção? Como não privilegiar apenas determinadas áreas e cargos e "descer" e integrar, também, a base? Como construir e estabelecer uma cultura que vise o desenvolvimento coletivo?


Para nós, torna-se extremamente relevante a reflexão sobre como conciliar necessidades organizacionais, pessoais e do próprio trabalho…


Já demos muitos spoilers nesse texto.

Agora, dê um intervalinho aí no seu dia de trabalho, que deve estar puxado, sabemos, para ver tudo completo perto? Algo me diz que você irá se identificar com pelo menos algum ponto do estudo.


Se você estiver com muita pressa, aqui tem um resuminho: doc de 5 '






Crédito da foto: Tasha Jolley

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